terça-feira, 6 de setembro de 2016

Topola, Drvengrad e Visegrad, 09/09/2016

 Servia - Topola, Drvengrad e Visegrad 


Saimos de Belgrado pela manhã, e embarcamos no nosso onibão,  com destino a Sarajevo, com paradas em Topola, Drvengrad e Visegrad. O nosso guia Clovis nos alertou que o almoço ia ser tarde hoje, em Drvengrad, como diria o Coronel Odorico Paraguaçu,  seria uma “parada turística e almoçística”.

Igreja de São Jorge (Saint George´s Church, Oplenac ) em Topola  

A igreja é um mausoleu da familia Karadordevic


A Igreja de São Jorge em Topola (Saint George´s Church), também conhecida como Oplenac, é um mausoléu da família real sérvia, da dinastia dos Karadordevic. Ela está localizada no alto de uma colina, na cidade de Topola, Sérvia. Foi fundada pelo rei sérvio Peter I. Varios membos da família real estão sepultados neste local, dentro da igreja, numa cripta abaixo dela, ou mesmo no pátio da igreja. No total são 26 membros da família real Karadordevic, de 6 gerações.
No final do século 19 Oplenac era um local coberto de floresta. O então rei Karagorge (não confundir com o cara Jorge...), construiu ali vinhedos e pomares. Seu filho Alexandre construiu ali alguns edifícios e continuou com a obra do pai. Em 1903 assumiu o trono o rei Peter I, que decidiu construir ali esta igreja ortodoxa. Ele instituiu então um concurso do projeto arquitetônico, que foi escolhido no mesmo ano, 1903. O projeto vencedor começou a ser construído em 1907, mas em 1909 o rei decidiu abandonar este projeto e anunciou novo concurso. Finalmente em 1910 as obras se reiniciaram, com novo projeto vencedor. Em 1912 a igreja estava finalizada e passou a ser usada. Entretanto os trabalhos de decoração continuaram.
Em 1915 com a invasão dos austro-húngaros, a igreja sofreu saques e vandalismo. Com a expulsão dos invasores, o rei Peter I voltou a ocupar o trono, e inicio as reformas da igreja. Faleceu em 1921. Seu filho e sucessor Alexandre I deu continuidade às obras, contratando artesões da Alemanha, França e Zagreb. Em 1930 ela foi reaberta para serviços religiosos, mas essa atividade durou até 1947, quando então tornou-se exclusiva para visita pública.
O interior da igreja é interiamente recoberto de mosaicos no estilo bizantino. 

Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia
Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia
Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia - detalhe de mosaicos
Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia
20160909_092455 Igreja St George Topola Servia (14)
Candelabro




Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia - abóboda

Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia
Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia
Igreja de S Jorge - Saint George´s Church - Oplenac - Topola - Servia


Após apreciar a igreja, descemos para a cripta da dinastia Karadordevic , que é mais bonita ainda. Mas ela tem uma iluminação tal que seja impossível fazer boas fotos sem equipamento apropriado. 


Cripta da dinastia Karadordevic - from Wikipedia


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Drvengrad ( Kustendorf ) - Servia - uma cidade cinematográfica

A cidade de Emir Kustrica, para o filme "A vida é um milagre "  

Drvengrad, também conhecida como Kustendorf e Mecavnik, é uma vila sérvia tradicional, construída pelo diretor de cinema Emir Kusturica para cenário de seu filme “A vida é um milagre”. A cidade é bem pequena, construída toda em madeira. O plano de Kusturica era, após o filme, tornar o local num grande centro cultural, onde seriam promovidos seminários, exposições, cursos de cinema, concertos, atividades de pintura e cerâmica, etc. Também planejava viver neste local.






Drvengrad - mapa da cidade



A excursão acertadamente programou a parada para o almoço neste local. O guia nos explicou que para que isso acontecesse, foi necessário convencer os habitantes do local que entrasse ônibus no estacionamento da cidade, coisa que era proibida. Também havia um fato curioso, o onibus não conseguia, na saída, virar a direita para entrar  numa rodovia devido a uma rampa mal feita nessa saída. . Por isso tinha que voltar, tomando a esquerda e fazer retorno uns 4 km adiante.  Interessante o que o Clovis nos explicou, que para montar um roteiro turístico precisa ajustar esses tipos de detalhes. 


As ruas possuem nome de personalidades que Kusturica admirava : Diego Maradona, Che Guevara, Novak Djokovic, Ingmar Bergman, etc. 


Kusturica deveria estudar melhor História. Guevara foi um assassino, um aventureiro que ajudou a implantar uma das mais injustas e retrógradas ditaduras da história da humanidade. 


Brasileiros, morram de inveja : não tem Rua Pelé.






Drvengrad possui uma livraria, uma grande sala de cinema, um ginásio de esportes, uma piscina, restaurante, confeitaria, hotel, loja de souvenires, quadra de tênis, pista de esqui e uma pequena igreja dedicada a São Sava. 


 

A cidade possui uma “cadeia”, onde estão presos o presidente americano George W. Bush e Javier Solano (presidente da OTAN entre 1999 até 2009). Kusturica mandou “prender” os dois, responsáveis, segundo ele, pelos ataques a Sarajevo durante a guerra civil iugoslava. 

















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Continuamos a viagem, cruzamos a fronteira da Sérvia com a Bosnia-Herzegovina. Adeus Sérvia ! Passamos pela fronteira, onde aconteceram alguns procedimentos de imigração. 

A poucos quilômetros de Drvengrad, paramos numa cidadezinha chamada Visegrad, às margens do Rio Drina.  A guia Dina nos levou até a uma ponte histórica. Ela foi construída em 1577 pelos turcos otomanos. A ponte sofreu danos na Primeira Guerra e também na Segunda Guerra Mundial.






A ponte ganhou fama graças ao livro “A ponte sobre o Drina”, escrito pelo bósnio Ivo Andric, ganhador do Premio Nobel de Literatura de 1961. O livro conta que o turco Mehmed Paxá foi separado da sua família cristã, e foi obrigado a atravessar a nado para a outra margem do rio. Décadas depois, convertido ao Islamismo, e já um importante chefe otomano, dá a ordem para construção desta ponte sobre o rio Drina, no mesmo local onde fôra separado de sua família. A sua edificação exigiu anos de trabalho árduo, lágrimas e sangue, sacrifícios e vítimas. Ao longo dos séculos a ponte foi localde encontros, conversas, conspirações; sofreu inundações, foi interditada para impedir o alastrar da peste, assistiu a suicídios; sobre ela transitaram exércitos em fuga e desfilaram outros vitoriosos; nela foram executados espiões, viu o desmoronar de Impérios, e o nascer de novas nações.
Mais tarde, já no ônibus, alguém perguntou à guia quantos arcos tinha a ponte. Ela respondeu na bucha, “ onze”. Chutou, pensei na hora. Ela estava certa, a ponte tem realmente 11 arcos. 


Monumento a Petar II em Visegrad


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